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26/12/2020

Quando Kendrick Lamar mostrou ser o melhor dessa geração

Seja pela sinceridade que envolve suas letras, ou a capacidade de resgatar e reunir sonoridades, seu impacto cultural é imensurável, ultrapassando as fronteiras sonoras; por esse motivo, K-dot já pode ser considerado um dos maiores artistas de todos os tempos.

Nessa semana Kendrick completa 32 anos de idade, e resolvi listar sete fatos que comprovam a grandeza e importância do rapper de Compton  na música e arte como um todo.

1- good kid, m..A.A.d. city e o resgate do rap como crítica socia

Na década de 2000, a cena do hip-hop ficou marcada pelo crescimento de popularidade do bling-bling, estilo que tinha como representantes mais famosos 50 Cent, Lil’ Wayne e Puff Daddy. Eles se destacavam por cantar sobre o fácil acesso à qualquer coisa que o dinheiro pudesse comprar, e esse subgênero dominava as rádios (houveram algumas exceções, como os discos Speakerboxx/The Love Below (2003) do duo OutKast, e The College Droppout (2004) do Kanye West. Foi somente na virada da década em que isso acabou mudando, e good kid, m.A.A.d. city (2012), álbum de estréia de Kendrick, é um dos símbolos disso.

 

2- “Control” e a volta da competitividade no rap

 

O segundo fato pode ser considerado um dos momentos de mais destaque do rap recente. Após o estrondoso sucesso de good kid, m.A.A.d. city, Kendrick retornou em 2013 com uma colaboração na faixa “Control”, do Big Sean e que também teve participação de Jay Electronica. Sua participação fez com a que a música se tornasse uma diss track extremamente polêmica; os versos são direcionados à outros rappers atuais, entre eles Drake, J.Cole, Pusha T, Meek Mills, A$AP Rocky, Tyler, the Creator e até ao próprio Big Sean, afirmando que esses não estão à sua altura.

 

3- “Alright” e o Black Lives Matter

O Black Lives Matter é um movimento ativista criado em 2013 e que protesta contra a violência direcionada à população negra, protestos que foram inicialmente motivados após a absolvição do segurança George Zimmerman por conta do assassinato do jovem Trayvon Martin, que era negro; esse assassinato aparentava ter motivações racistas.

O movimento cresceu e perdura até hoje, e em 2015 adotou “Alright”, faixa presente em To Pimp a Butterfly, como um hino desses protestos. Vale lembrar que o próprio álbum discute questões importantes como racismo, auto-aceitação e valorização das raízes, provando que a relevância de TPAB vai além da música.

4-To Pimp a Butterfly no acervo de Harvard

Ok, já deve ter ficado claro a importância de To Pimp a Butterfly em um sentido artístico, mas isso alcançou outro nível quando o disco foi permanentemente arquivado na biblioteca de Harvard.

O álbum entrou em um seleto cânone do hip-hop, juntamente com outros três clássicos: Illmatic, do Nas, The Misseducation of Lauryn Hill, da cantora Lauryn Hill, e The Low End Theory, do A Tribe Called Quest, servindo como objetos de pesquisa africana e afro-americana.

5 -DAMN. e o Prêmio Pulitzer

Kendrick continuou inovando e discutindo questões importantes no seu terceiro trabalho de estúdio, DAMN. (2017). O álbum é o mais bem sucedido de K-dot comercialmente falando, provando que ele conseguiu dialogar com o grande público sem perder a sua essência.

E em 2018, um ano após o lançamento de DAMN., Lamar recebeu o prêmio Pulitzer, que reconhece a excelência no jornalismo, na literatura e na música. Essa conquista de Kendrick ganha ainda mais importância por ter sido o primeiro em 75 anos de premiação entregue a um cantor popular, já que o Pulitzer só havia reconhecido artistas de jazz e música erudita até então.